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Como votar pelas crianças nas eleições municipais

Foto do escritor: CUIDADO criançasCUIDADO crianças

Quem tem criança sabe que é preciso investir na molecada e sabe que esse investimento é uma necessidade do presente e do futuro. A gente se vira como pode pra garantir em casa a saúde, a educação, o lazer, a cultura, o espaço e o convívio familiar e social saudáveis, e pode usar esses mesmos critérios para avaliar e escolher os representantes que devem cuidar disso numa escala maior, nos municípios em que vivemos.


Faça um exercício simples: pense nas suas crianças e lembre-se do que elas precisam em termos de saúde, tipo atendimento médico, vacinas etc; depois pense nelas e nas suas necessidades em termos de educação, tipo creche, bons professores etc; e assim sucessivamente. Então veja o que as candidatas e os candidatos da sua cidade estão se comprometendo a fazer, caso eleitas/os.


Sim, a gente conhece o papo das promessas de campanha, mas não se trata de acreditar ingenuamente. É possível perceber quando a figura sabe do que está falando e organizou uma proposta consistente para executar durante o mandato. Um bom sinal de consistência é falar em orçamento, em dinheiro previsto pra implementar cada proposta. Isso mostra que a/o candidata/o estudou seriamente o que se propõe a executar.


Sim, a gente também não pode contar sempre com o serviço público, e quem tem alguma grana paga plano de saúde, escola particular etc. Mas há dois bons motivos pra continuar exigindo que as/os futuras/os eleitas/os garantam bons serviços públicos para as crianças.



Primeiro, não devemos abrir mão dos nossos direitos. A educação básica pública, gratuita e de qualidade é um direito, e o fato de estar capengando há gerações não elimina a obrigação de prefeitas/os e vereadoras/es trabalharem para corrigir esse problema histórico. Acredite: em alguns municípios as escolas públicas ficaram tão boas que passaram a tirar crianças da rede particular.


O segundo motivo é que muita gente não tem grana pra buscar alternativas em serviços particulares. Se este é o seu caso, é lógico que você vai escolher candidatas/os seriamente comprometidas/os com políticas públicas dirigidas a atender as necessidades das crianças. Mas isso também vale para quem não depende do serviço público: é interesse de todos, de toda a comunidade e de toda a sociedade, que todas as crianças tenham condições adequadas para crescer com saúde física e emocional.


Se suas crianças têm essas condições, ótimo, mas é importante que as outras crianças também tenham. Tanto porque isso é um direito de todas como porque a desigualdade é um veneno. Sabemos como a desigualdade alimenta a violência, a doença, a desagregação social, assim como sabemos que esses males podem ser combatidos com políticas públicas que ofereçam cuidados a partir da infância.


As crianças também sabem que precisam crescer numa cidade saudável e segura. Elas têm visões e opiniões sobre o lugar onde vivem, e basta ouvi-las com atenção para colher boas ideias de prioridades a serem cobradas de candidatas/as e eleitas/os. Juntando-se o que elas dizem e o que mostram as boas experiências em diversos municípios, pode-se sugerir uma listinha de temas para cobrar:


  • ruas e calçadas conservadas, limpas e sem lixo

  • muitas árvores e áreas verdes pra passear e brincar

  • áreas de lazer com brinquedos colaborativos

  • proteção nas áreas públicas, inclusive contra cachorros bravos

  • políticas de preservação ambiental

  • políticas de mitigação de impactos das mudanças climáticas

  • transporte público adaptado a gestantes e mães com crianças pequenas

  • brinquedotecas e bibliotecas infantis áreas de atendimento ao público

  • áreas de repouso e de amamentação para gestantes e mães em espaços públicos

  • educação infantil de qualidade, com vagas suficientes

  • merenda escolar gostosa e saudável

  • orientações a mães, pais e cuidadores sobre parentalidade e cuidado afetivo

  • política de habitação que priorize famílias com crianças pequenas

  • saneamento básico para toda a população

  • acompanhamento de saúde, com pré-natal, pediatria e odontologia

  • oferta e incentivo à vacinação

  • visitação domiciliar a famílias mais vulneráveis

  • política de inclusão para crianças com deficiência

  • proteção contra publicidade para crianças


Esta listinha é só um apanhado inicial, para sua inspiração, e você pode sugerir mais algum tópico sempre que quiser. Quanto mais fizermos pela molecada, melhor será pra todo mundo. Uma cidade que cuida das suas crianças é uma cidade que faz bem a todas as pessoas.


David Moisés e Angela Minatti



Livro Prepare as Crianças para o Mundo



Leia também no livro:

Cidadania de berço .......... p.321



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