Com o planeta esquentando a olhos vistos e os eventos climáticos extremos virando rotina, a gente pensa logo nas crianças. Primeiro porque queremos protegê-las, segundo porque elas vão herdar o planeta, terceiro porque temos uma certa esperança de que elas cresçam e se tornem capazes de consertar as besteiras que andamos fazendo desde a Revolução Industrial.
Faz sentido preocupar-se com a proteção dos pequenos, não só ante o risco das tragédias (enchentes, secas, tornados etc), mas também pelo efeito prolongado das mudanças no clima. O calor extremo provoca perdas significativas na qualidade do sono, na capacidade de aprender e na saúde mental das crianças, e será necessário implementar políticas para oferecer recursos e serviços de “resfriamento”, segundo estudo do Center on the Developing Child da Universidade de Harvard (EUA).
A redução no acesso à natureza e as grandes mudanças no cenário ambiental impactam o desenvolvimento infantil como um todo. Brincar junto ao verde, à água, à terra e aos bichos melhora as capacidades físicas e motoras, as competências emocionais e sociais, a atenção e a concentração, o aprendizado cognitivo e a saúde infantil como um todo. Portanto, a degradação ambiental põe isso tudo a perder.
O planeta que os pequenos vão herdar ainda pode ter conserto, e é por isso que eles têm de ser apresentados desde já a essa coisa chamada natureza, com sua lógica de organismo vivo, do qual fazemos parte. A escola vem fazendo seu trabalho, quando possível, mas é missão de mães & pais trabalhar para que esse conhecimento seja afetivo, que desenvolva a capacidade de cuidar do outro e cuidar do mundo.
Há diversas iniciativas que podem ser acessadas para dar às crianças a oportunidade de formar percepções sobre a sua relação com o ambiente. Listamos abaixo algumas delas e continuamos coletando informações sobre outras, buscando ajudar os cuidadores nessa tarefa importante.
Podemos ter esperança de que os futuros adultos saberão cuidar melhor do planeta, mas não sabemos se isso vai mesmo acontecer. O que já se sabe é que o aprendizado sobre as mudanças climáticas tem levado os pequenos a transferir aos pais conhecimentos, atitudes e comportamentos de cuidado ambiental, superando inclusive as barreiras negacionistas.
É importante, então, que a escola aprimore seu trabalho de sensibilização e informação, apostando que o impacto alcançará também os pais menos esclarecidos. E que os adultos conscientes apostem no efeito multiplicador das crianças. Elas podem, já no presente, começar a ajudar naturalmente a mudar a perspectiva da Terra.
PARA VER E FAZER COM AS CRIANÇAS
Green Nation
A ONG desenvolveu um programa inovador de mergulho virtual nos problemas ambientais para desenvolver a sensibilidade e o interesse pelo cuidado ao planeta. Promove um evento, totalmente gratuito, a cada ano em uma cidade. O de 2024 ocorre em São Paulo, de 27 a 31 de julho, no Parque do Ibirapuera.
Fazedores de Floresta
É um mergulho em realidade virtual na experiência do Instituto Socioambiental (ISA) e da Rede de Sementes do Xingu que juntou uma diversidade de pessoas, conhecimentos e sementes nativas para recuperar áreas degradadas nas bacias dos Rios Xingu, Araguaia e Teles Pires, no Mato Grosso. Conheça a ideia que movimenta uma economia do cuidado com pessoas e florestas, fortalece culturas e continua impulsionando o equilíbrio socioambiental e o bem-estar dos moradores da região.
David Moisés e Angela Minatti
Leia também no livro:
Cidadania de berço .......... p.321
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