Assim como palmadas e castigos físicos não funcionam, lidar com traquinagens, birras e “maus-comportamentos” na base da conversa tende a piorar as coisas, segundo um estudo publicado no International Journal of Behavioral Development.
Dados coletados em 62 países mostram que a prática de explicar à criança “por que seu comportamento está errado” leva a um aumento da agressividade da molecada, e também a uma maior dificuldade de concentração.
A explicação racional, a argumentação lógica e outras formas de “disciplina positiva” têm sido difundidas como alternativa às punições físicas (e é ótimo buscar alernativas a essa barbaridade), mas não é disso que os pequenos realmente precisam.
Analisando informações de 215.885 famílias, pesquisadores da Universidade de Michigan concluíram que o “verbal reasoning” tem como único benefício mensurável uma melhora no relacionamento com outras crianças.
Mais do que palavras sobre certo e errado enchendo seus cerebrozinhos, os pequenos precisam de atitudes de cuidado, com a presença dos adultos, limites e espaço para expressar e trabalhar seus sentimentos.
Os resutados do estudo reforçam essa perspectiva e servem de alerta contra as técnicas de negociação e resolução de conflitos com as crianças.
A própria ideia de “disciplinar” a criança precisa dar lugar à noção de estar junto a ela, dando suporte afetivo e condições para que vivencie suas conquistas e frustrações. Essa é a função de mães e pais.
Os pequenos sabem reconhecer muito bem os adultos que estão ao seu lado, cuidando efetivamente deles, e isso permite uma relação diferente daquele tipo crime-e-castigo.
David Moisés e Angela Minatti
Leia também no livro:
Com criança não se negocia .......... p.43
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